Historicamente, o processo de construção da educação brasileira foi estabelecido por prioridades e diferenças sociais, determinando o acesso aos estudos e o que estudar de acordo com a influência e classe social do sujeito. Na educação pública, em especial, essas diferenças são mais significativas e marcam a manutenção da educação centrada na formação para o trabalho e no conceito de educação mecanicista e capacitista, onde o aluno é levado a aprender para aprimorar habilidades. Considerar a educação enquanto mecanismo de transformação social é uma necessidade essencial para transformar o processo de aprendizagem do aluno em algo mais importante que o próprio conhecimento/currículo. Compreender o fracasso escolar vai além da identificação de causas e consequências! É preciso compreender muito além do próprio aluno, aprofundando a percepção das causas sociais e da manutenção das desigualdades que se estabelecem quando esse aluno é desqualificado pelo sistema, marginalizado, sem identidade social ou capacidade critica de transformar sua realidade.