A CULTURA DA MANDIOCA (MANIHOT ESCULENTA CRANTZ), COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL: ANÁLISE DO MUNICÍPIO DE FORMIGA-MG
Guivi Jefu Cherene, Élberis Pereira Botrel, Valter Carvalho de Andrade Júnior, Antônio Carlos Dos Santos
Resumo
O sistema de produção da cultura de mandioca (Manihot esculenta Crantz), praticado pela Associação Agrícola Padre Trindade, no município de Formiga-MG, é de extrema importância, principalmente para os membros da associação, uma vez que induz à mudanças significativas na qualidade de vida dos associados. A sua relevância, é atribuída pela participação da mão-de-obra fixa e contratada à nível local, constituindo uma fonte de renda e subsistência para a comunidade da região. Pela pesquisa, pretendeu-se verificar nas atividades da associação, como a cultura de mandioca contribui para o desenvolvimento rural do município de Formiga-MG, considerando as características ligadas à cultura, clima e solo da região, bem como as relacionadas ao sistema de produção utilizado. Adoptou-se a metodologia de tipo descritiva e de natureza qualitativa; sendo aplicado o questionário roteiro aos associados e, constatou-se que esta associação pertence a categoria de produtores familiares capitalizados; o seu sistema de produção é baseado na rotação das culturas de mandioca, soja e milho, deste modo, a mandioca serve como a principal cultura de renda econômica. O clima do município de Formiga-MG, é adequado para o cultivo da mandioca; as operações tem sido realizadas de forma mecanizada; a fertilidade do solo é incrementada com o uso de adubo químico e calagem e, as raízes de mandioca são processadas na indústria. Ao longo de seis anos de produção, a melhor renda na cultura de mandioca foi obtida no ano de 2018 e, a fécula da mandioca é destinada para a transação comercial nos estados de Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. Presumiu-se que a combinação dos condicionantes socioeconômicos, tecnológicos e de comercialização, tenham impacto positivo de forma decisiva na produção, estabelecendo um círculo vicioso de estímulo no processo produtivo da associação. Identificou-se que o capital humano, sendo constituído com maior predominância pelo nível fundamental de ensino, restringe a adoção de novas tecnologias no sistema de produção. Ressalta-se que a associação, sendo organização privada, não tem acesso de assistência na concessão de apoio, seja técnico ou em valor monetário, por parte do Governo local e, desta forma, para prosperar nas suas atividades, tem feito empréstimo bancário à nível regional e, no princípio das suas atividades, recebeu o financiamento proveniente de uma organização privada da Alemanha. Para a melhoria do sistema de produção praticado pela associação, recomendou-se que sejam contratados técnicos profissionais agrários e, aumentar o equipamento tecnológico de produção, para que se amplie a área de cultivo da mandioca; cada associado que atinge a idade de velhice, deve ser substituído por seu agregado familiar e, para assegurar a conservação nutricional do solo, deve-se estabelecer a integração lavoura-pecuária ou sistema agropastoril nas unidades de produção. Concluiu-se que o polvilho comercializado pela associação, contribui para o desenvolvimento rural do município de Formiga-MG.
Palavras-Chave:
Agricultura familiar; Associativismo rural; Sistema de produção; Gestão de negócios; Desenvolvimento local; Meio rural.